Ponto assente desde o início. Há a sublimação que queremos e a sublimação que não queremos. Em que diferem, perguntas tu? Muito simples.
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Quando trabalhamos com peças 100% poliéster e utilizamos a técnica de sublimação para as personalizar, nós queremos que esta funcione.
O problema surge quando NÃO QUEREMOS que exista sublimação. Isto acontece quando utilizamos - por exemplo - camisolas (sweatshirts) ou softshells e as imprimimos em serigrafia ou flex de impressão. Nesse caso, a sublimação (também conhecido como dye migration) é o nosso maior pesadelo (e o de qualquer estamparia). Recordo-me em tempos de um dos nossos parceiros ter estragado 400 sweatshirts numa única produção por as peças de roupa sublimarem.
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Eis como sabes que algo está a sublimar;
- Imagina que estás a imprimir branco sobre uma camisola preta. Sabes que há sublimação quando a tinta branca se torna cinzenta (mistura entre a cor da camisola e a tinta que aplicaste);
- Imagina que estás a imprimir branco sobre uma camisola vermelha. Sabes que há sublimação quando a tinta branca se torna cor de rosa (mistura entre a cor da camisola e a tinta que aplicaste);
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Em inglês este problema chama-se "dye migration" precisamente porque existe uma migração do tinto da camisola para a impressão. É uma reacção química que é praticamente incontrolável.
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O pior?
Pode surgir em qualquer momento; já tivemos situações em que as camisolas saíram das nossas instalações em condições perfeitas e sublimaram a caminho da morada do cliente. Outra situação em que as camisolas sublimaram uma semana depois. É essencialmente incontrolável a partir do momento em que as peças estão produzidas.
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Então como é que evitamos algo que não controlamos? Numa palavra, prevenção. Em quatro palavras, aprender com a experiência.
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E na verdade foi o que nós fizemos. Depois de uma série de dissabores com este problema, procurámos uma tinta que permitisse solucionar de forma permanente a situação em que estávamos, um bloqueador de sublimação. Utilizámos inicialmente uma base cinzenta por baixo de todas as impressões mas rapidamente percebemos que não só nos roubava uma cabeça da máquina, como também aumentava a grossura da serigrafia.
Então, fomos à busca de uma nova opção; após alguns anos de pesquisa e testes, encontrámos uma tinta BRANCA que já tem o agente bloqueador incluído. Assim conseguimos imprimir mais rápido e com menos depósito de tinta.
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Outra solução foi diminuir a temperatura de tudo com que trabalhamos. Entre cores precisamos utilizar flashes, uma quantidade muito grande de calor e de forma muito concentrada para a tinta deixar de ser tão líquida. O que fizemos? Testámos diferentes temperaturas até conseguir encontrar o que funcionou para nós.
Encontrámos uma solução que arrefece de forma muito rápida a impressão logo após o flash. É uma máquina que fica entre duas cabeças e ativa um gel em spray que arrefece as impressões. Isto evita muitas vezes dar uma segunda volta às camisolas e permite ganhar mais uma palete.
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Finalmente, também reduzimos a temperatura da estufa como segurança, evitando assim a sublimação em 99% dos trabalhos que produzimos atualmente.
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Para nós estas soluções funcionaram mas sabemos que não há solução definitiva para o problema. Na verdade é um problema que vem piorando ao longo do tempo já que as camisolas cada vez mais têm uma composição com mais poliéster. Ainda em 2019 a Mukua - que tem também uma estamparia - mudou a composição das suas camisolas de 80% algodão para 65% algodão que ainda assim não é mau, já que a indústria utiliza principalmente camisolas com 50% algodão. Tecnicamente - e naturalmente - quanto menor a percentagem de algodão, menor a qualidade do trabalho em camisolas e maior a probabilidade de surgirem problemas com a estampagem.
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Esperamos que tenhas ficado esclarecido com esta questão - e resposta - mais técnica.
