Entrevista à Dead Cube

É já impossível de negar que nos últimos anos a Maudlin tem compilado neste blog uma enorme fonte de informação onde milhares de pessoas lêem artigos diariamente e são inspirados a criar algo novo. Especializámo-nos em criar artigos de informação para marcas de roupa onde - acreditamos - explicamos tudo o que é necessário saber para ter sucesso na criação de uma marca.

Apesar disso não somos uma marca de roupa e existem algumas vivências do dia-a-dia que não temos; por isso mesmo decidimos fazer uma entrevista aos nossos amigos da Dead Cube, uma nova marca de roupa. Ao longo desta entrevista vamos questionar como se vive no dia a dia a criação e o desenvolvimento de uma marca.

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Já conheço o Tiago Lages há pelo menos 7 anos e sigo muito atentamente o trabalho dele na promoção de bandas nacionais. Desde que me lembro de ir a concertos que sei que ele está ligado à música através do Underground Tuga, um projecto de apoio e promoção a bandas nacionais; já tivemos inclusivamente oportunidade de trocar algumas impressões e de trabalhar juntos no merchandise do projecto dele. Eu que actualmente já estou um pouco fora da cena, continuo a ouvir falar no trabalho que ele desenvolve e sei que é um nome bastante familiar a todas as bandas portuguesas.

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Apesar dos contactos ocasionais que vamos tendo, não deixou de ser uma surpresa para mim vê-lo a enveredar por um novo caminho (onde por coincidência nos voltámos a cruzar) ao lançar em conjunto com o Pedro a Dead Cube.

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Maudlin Merchandise: Olá Tiago/Pedro, falem-nos um pouco sobre o Underground Tuga, sobre vocês e principalmente sobre a Dead Cube.

Olá Jorge! Antes de mais queria agradecer a oportunidade de nos darmos um pouco mais a conhecer, tanto a nível individual como colectivo. O Underground Tuga como blog começou se a memória já não me falta em Dezembro de 2010, na altura em parceria com um amigo meu chamado Gil. Tivemos uma fase que a rotina de concertos de sexta a domingo era muito regular e achamos que era uma boa ideia começar ou neste caso dar continuidade a um trabalho que eu (Tiago) já tinha começado à uns anos atrás mas em vez de ser em meu nome, ser através de uma “entidade” se é que assim se pode chamar, o Underground Tuga. Antes de continuar a falar do UT, queria recuar um pouco mais no tempo. Descobri as bandas de garagem em 2003 mais ou menos através de um concerto que vi anunciado dos Fonzie no Lótus Bar em Cascais. Já teve outros nomes como Rock N’ Shots e recentemente voltou a abrir como Stairway Club e está a ser gerido pelos irmãos Salgado o que é uma grande notícia pois foi graças a eles que na altura o bar ficou conhecido. Nesse mesmo dia já trouxe para casa flyers de outros concertos que iam ali, naquele mesmo lugar acontecer futuramente. Actualmente penso que já é um site um pouco “morto” mas naquela altura toda esta propaganda musical deste submundo desconhecido por muitos que era o underground encontra-se e descobria-se através do myspace, hoje praticamente ultrapassado pelo Facebook. Durante alguns meses passou a ser quase a minha segunda casa, descobri bandas da onda punk rock como Left Hand, Piss!!, Triplet, Aside, Easyway etc e pouco depois os Fitacola de Coimbra. Pode se dizer que foi por causa de Fitacola que comecei a apoiar a “cena” incondicionalmente. Na altura ainda não era tão conhecidos como agora, vinham tocar de longe a Cascais, as despesas como toda a gente do meio musical sabe nem sempre são totalmente suportadas e dessa forma resolvi imprimir uns cartazes e andar a colar pela minha zona até Cascais na tentativa de uma casa cheia. Já não me lembro bem se foi isso que aconteceu ou não na altura mas um facto é que a partir daí comecei a partilhar todo o tipo de cartazes, músicas, bandas underground que via por aí.

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Eu e o Pedro conhecemo-nos na faculdade, mais concretamente no ISLA Lisboa. Apesar de sermos na altura de cursos diferentes, o meio underground musical português e o gosto por certas bandas em comum fez com que mantivéssemos algum contacto. Ainda começamos um projecto musical chamado Zombies and Rabbits mas acabou por ficar meio stand by. Entretanto nessa altura tinha também uma banda de metal e pedi ao Pedro para fazer algo que pudéssemos usar mais tarde como merch. Penso que foi mais ou menos nessa altura que começamos a “discutir” mais regularmente ideias de desenhos. Apesar da banda ter acabado, e o merch nem ter sequer visto a luz do dia, a ideia de um dia fazermos uma marca acabou por vir ao de cima. E assim foi.

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MM: Tive a felicidade de assistir aos primeiros passos da vossa marca e tenho seguido com maior atenção a sua evolução; vejo que têm apostado muito no facebook e que estiveram recentemente num evento com outra marca com que trabalhamos, a Udina. Também já tiveram um artista com as vossas t-shirts em palco. Tem sido fácil chegar ao vosso publico alvo?

DC: Hoje em dia e até ao dia que for pago, pensamos que o facebook será sempre uma ferramenta importante no que toca a qualquer negócio e no que toca a qualquer tipo de divulgação de produto, banda etc mas não é suficiente e nós temos sentido isso. O facto do facebook nos indicar que publicação X teve Y número de visualizações ou likes não significa que estejamos a vender mais t-shirts, que de momento é o único material que temos. Sem dúvida alguma que o que acabamos de dizer pode mudar significativamente se em vez de 600 tivermos 6000 ou mesmo 60000 likes. Quantas mais pessoas nos seguirem mais hipóteses temos de arranjar novos clientes mas em relação a isso não estamos a dizer nada de novo.

É verdade! Estivemos com a malta da Udina em Moscavide no evento “Há Festa no Jardim!” a convite do João Alves, vocalista da banda de punk rock Decreto 77 e “boss” da Infected Records DIY. Curiosamente, foram os nossos colegas do lado, o que deu bastante bem para trocar umas impressões e dar umas gargalhadas pois são malta 5 estrelas mesmo. Esperemos que tal experiência se volte a repetir para breve. Foi a 1ª vez que Dead Cube apareceu num evento deste estilo e é para continuar pois achamos extremamente importante porque lá está, a Internet é uma ferramenta muito boa mas não é tudo, há que dar a cara e conhecer o cliente pessoalmente, trocar opiniões, ouvir criticas e quem sabe, arranjar novos eventos para participar.

Falando agora dos artistas em palco e felizmente para nós, já foram mais do que um! Estarás a falar certamente do Marcus Harris dos Strugglaz (Reggae) que atuaram recentemente no Sumol Summer Fest 2013 na Ericeira mas também temos o Mike Bek (DJ Post-Dubstep) que participou recentemente no Red Bull Silent Garden, o Paulo Correia dos Alma Crua (Rock), o Deckjack (DJ Dubstep, Drum&Bass, Electro) e em breve os Fitacola (Punk-rock). Já no âmbito desportivo, mais concretamente no mar, estamos a apoiar o Nando Silva, praticante de Skimming. Acho que não está ninguém esquecido pois dos referidos temos nós conhecimento mas acreditamos que existam mais músicos, desportistas etc entre os nossos clientes.

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MM: Nos últimos dois anos tenho assistido a um multiplicar de jovens interessados em criar marcas de roupa. Que me dizem disto? Acham que ainda há espaço para novos projectos em Portugal? Como é realmente ter uma marca? 

DC: Há sem dúvida cada vez mais marcas de roupas, nós muito antes de criar a Dead Cube, já nos tínhamos deparado com uma serie delas. Nestes últimos anos, tem sido abordado com frequência tanto na comunicação social como nas escolas/universidades, o tema empreendedorismo. São cada vez mais os exemplos de bom empreendedorismo em Portugal em diversas áreas, de tal forma que suscita o interesse das pessoas em querer lançar o seu próprio negócio. A nosso ver no caso da roupa, mais concretamente nas t-shirts, o processo inicial é relativamente simples, pelo que é apenas necessário: escolher a empresa prestadora do serviço, definir o desenho e ter algum capital de investimento. A parte crítica passa por dar a conhecer os produtos e a marca ao cliente.

Novos projectos são sempre bem-vindos, cada um é livre de seguir o seu sonho e acima de tudo fazer aquilo que gosta. A actual crise que o país está a viver, desperta também para a criação de novos projectos, pelo que também estimula à criatividade das pessoas, e por consequência ao aparecimento de muito boas ideias, seja no sector do vestuário ou noutro qualquer.

Ter uma marca, acima de tudo, é a concretização de um sonho para ambos. Só o facto de chegar à gaveta e ter logo uma série de t-shirts lançadas pela Dead Cube para escolher, é fantástico. Mas o nosso desejo é que futuramente seja o cliente a experienciar também este momento.

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MM: Porque é que optaram por trabalhar com a Maudlin?

DC: Escolhemos a Maudlin primeiramente, porque já tínhamos uma t-shirt que servia perfeitamente de exemplo e que se inseria nos moldes que pretendíamos, a do Undeground Tuga (Tiago). Isto foi o mote para fazer também na Maudlin as t-shirts de Dead Cube. No entanto, o site está extremamente acessível e bem estruturado, o que torna de fácil entendimento. Além disso têm ainda o blog, que aconselha quanto aos tipos de estampagem, gramagem de t-shirts, formas de publicitar a marca, entre uma série de questões, que foram sem dúvida essenciais para nós.

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Encontra as t-shirts da Dead Cube através do facebook oficial: www.facebook.com/deadcube

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